Colecção Literatura Angolana

Floresce no solo angolano, com a pujança e a teimosia da vegetação que se renova na anhara consumida pela queimada, encontrando nas próprias cinzas o elemento vitalizador da seiva que lhe corre nas veias, uma literatura que, procurando ser especificamente angolana, caminha a passos largos para a conquista duma posição no conjunto da literatura universal ( Carlos Ervedosa – A Literatura Angolana).

Esta colecção de Literatura Angolana da voz aos autores angolanos que encontram nas dificuldades o motivo para seguirem o seu caminho e a divulgação de Angola.

Autores publicados:

Antero Abreu  |  António Jacinto  |  Castro Soromenho  |  Cristóvão Neto  |  David Mestre  |  Fragata de Morais  |  João Maimona  |  João Tala  |  Jofre Rocha  |  José Luís Mendonça  |  Luandino Vieira  |  Óscar Ribas  |  Ricardo Manuel  |  Roberto de Carvalho  |  Roderick Nehone

Colecção Literatura Angolana

Da Minha Banda, Crónicas - Roberto de Carvalho
Da Minha Banda, Crónicas - Roberto de Carvalho5100 kz
Roberto Shields Júlio Miguel de Carvalho nasceu na sanzala de Mazozo, município de Icolo e Bengo, província do Bengo, aos 25 de Março de 1940, onde o pai exercia as funções de Pastor da Igreja Evangélica e Professor da escola local. Entre 1947 e 1951, fez a instrução primária na Escola Evangélica, em Luanda. Em 1953, segue para o Keswa, província de Malanje, onde conclui o curso normal da Escola Evangélica, que o habilita como professor.

Roberto de Carvalho começou a escrever muito cedo em «boletins informativos» da juventude no Keswa e em Luanda e, mais tarde, no jornal evangélico O Estandarte.

Posteriormente, viria a colaborar nos jornais ABC, Tribuna dos Musseques e O Angolense.

Após a proclamação da independência nacional, é colaborador do Jornal de Angola, onde tem publicado algumas das crónicas que produziu e resumem o presente livro.

Publicou Com a força do tempo – crónicas (Luanda, Instituto Nacional do Livro e do Disco – INALD, 1987, 94p.), uma colectânea das suas crónicas publicadas nos jornais ABC, Tribuna dos Musseques e O Angolense, de 1963 a 1973.
Escritor, cronista sobretudo, é o sócio n.° 52 da União dos Escritores Angolanos (U.E.A.), tendo aí exercido as funções de Secretário Administrativo, na Comissão Directiva eleita em 1490-1991.

A vida verdadeira de Domingos Xavier - Luandino Vieira
A vida verdadeira de Domingos Xavier - Luandino Vieira4450 kz
Nascido em Portugal, passou a juventude em Luanda, onde concluiu os estudos secundários. Por combater nas forças do MPLA durante a Guerra Colonial, contribuindo para a criação da República Popular de Angola, adquiriu a cidadania angolana. Preso pela PIDE, pela primeira vez em 1959, acusado de ligações ao movimento independentista (Processo dos 50), acabaria condenado a catorze anos de prisão, em 1961. Antes disso a Sociedade Portuguesa de Autores, então presidida por Manuel da Fonseca, atribui-lhe o Prémio Camilo Castelo Branco, pela sua obra Luuanda. Essa acção fez com que a PIDE/DGS levasse a cabo uma acção de desmantelamento da SPA. Luandino cumpriu a pena de prisão no Campo do Tarrafal, em Cabo Verde, regressando a Portugal em 1972, com residência vigiada em Lisboa.
Em 1975 regressou a Angola onde ficou até 1992. Foi director da Televisão Popular de Angola, de 1975 a 1978, director do Departamento de Orientação Revolucionária do MPLA, até 1979 e director do Instituto Angolano de Cinema, de 1979 a 1984.
Participou na fundação da União dos Escritores Angolanos, de que foi Secretário-Geral (1975-1980 e 1985-1992). Foi também Secretário-Geral Adjunto da Associação dos Escritores Afroasiáticos (1979-1984). Com o fiasco das primeiras eleições livres (em 1992) e o reinício da guerra civil, acabou radicado no Minho. Vive em isolamento na propriedade de um amigo, e passou a dedicar-se à agricultura.
Em 2006 foi-lhe atribuído o Prémio Camões, o maior galardão literário para a língua portuguesa. Contudo, recusou o Prémio alegando «motivos íntimos e pessoais», segundo um comunicado de imprensa. Entrevistas posteriores, sobretudo ao Jornal de Letras, Artes & Ideias, esclareciam que o autor não aceitara o Prémio por se considerar um escritor morto e, como tal, o Prémio deveria ser entregue a alguém que continuasse a produzir. Ainda assim publicou dois livros em 2006.
Ecos da Minha Terra - Óscar Ribas
Ecos da Minha Terra - Óscar Ribas10100 kz
Óscar Ribas nasceu em 1909, em Luanda. Trabalhou como funcionário público, cedo reformado por ter cegado aos 35 anos. Etnógrafo, ficcionista e poeta, realizou constante pesquisa etnográfica da região de Luanda e arredores, cujos valores culturais divulgou internacionalmente. A propósito da sua obra, Mário António declara: “O interesse particular da sua obra surge de se situar paredes-meias entre a pesquisa etnográfica e a criação literária: a primeira informando a segunda, a segunda vivificando a primeira. Tal situação tem a vantagem de corresponder à situação de contacto característico da zona de referência da obra de Óscar Ribas: a zona, em Angola, de mais intensas aculturações, com centro em Luanda. Desse solo tem sabido Óscar Ribas erguer as flores e uma obra já hoje internacionalmente consagrada” (in Boletim Geral do Ultramar, 1967). O talento de Óscar Ribas foi reconhecido em diversos países através das distinções e prémios que conquistou: Menção Honrosa da AGU, por Uanga, 1951; Prémio Margaret Wrong, do International Comittee on Christian Literature for Africa, em Praga 1952; Ordem do Infante D. Henrique, por Portugal, 1962. Em Angola, recebeu o Prémio de Etnografia do Instituto de Angola, por Ilundu (1959); Prémio Monsenhor Alves da Cunha, da Associação dos antigos Estudantes de Coimbra em Angola, por Missosso III (1964); Prémio Nacional Literatura e Prémio Nacional de Ciências Sociais (1992). Óscar Ribas tem as seguintes obras editadas: Nuvens que passam (1927); O resgate de uma falta (1929); Flores e espinhos (1948); Uanga (1951); Ilundo (1958); Ecos da minha terra (1952); Missosso I, II e III (1961-64); Usos e costumes angolanos (1964); Alimentação regional angolana e Izomba (1965); Sunguilando (1967); Quilandukilo (1973); Tudo isto aconteceu (1975); Temas da velha Angola e suas incidências (1987); Cultuando as musas (1992). O seu nome figura em várias antologias estrangeiras, e em tantas outras angolanas.
 Fábulas de Sanji - António Jacinto
Fábulas de Sanji - António Jacinto2950 kz
António Jacinto do Amaral Martins nasceu em Luanda a 28 de Setembro de 1924 e morreu em Lisboa em 1991.

Fez os estudos primários e secundários no Golungo Alto e em Luanda, onde, no Liceu Salvador Correia, concluiu o Curso Complementar de Ciências. Trabalhou alguns anos em Angola como escriturário e técnico de contabilidade. Em regime de residência vigiada em Lisboa, trabalhou numa empresa transitária. Em Luanda, participou em actividades literárias na Sociedade Cultural de Angola, no Cine-Clube de Angola, no Movimento dos Novos Intelectuais de Angola e na criação da Revista Mensagem. Colaborou em diversos jornais e revistas: Mensagem (CEI), Cultura (II), Boletim Cultural do Huambo, Jornal de Angola, Itinerário, Brado Africano, Império, Notícias do Bloqueio, entre outros.

Militante político activo, foi um dos fundadores do Partido Comunista Angolano, que funcionou na clandestinidade, e o redactor dos estatutos do Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola (PLUAA). Foi preso pela primeira vez em 1959, por ocasião do ‘Processo dos 50’. Detido de novo em 1961, é condenado a 2 anos e depois a 14 anos de cadeia, sendo deportado para o Tarrafal, em Cabo Verde. Em resultado de uma campanha internacional, em 1972 é-lhe fixada residência em Lisboa, de onde foge no ano seguinte para Argel, para se juntar posteriormente à guerrilha do MPLA.

Foi director de Centros de Instrução Revolucionária (CIR), do MPLA, em várias regiões de Angola. Depois da independência, ocupou cargos de responsabilidade no Governo como o de Ministro da Educação e Cultura, Secretário do Conselho Nacional de Cultura, e secretário de Estado da Cultura. Foi membro da direcção do MPLA. Foi membro fundador da União dos Escritores Angolanos. Como contista, utilizou o pseudónimo de Orlando Távora e ainda o de Kiaposse. Recebeu o Prémio Lótus, da Associação dos Escritores Afro-Asiáticos, em 1979; o Prémio Nacional da Literatura, da UEA; o Prémio NOMA, outorgado na feira do livro de Frankfurt pelo Júri Londrino de Melhor Produção Poética Africana e a Ordem Félix Varela de 1ª Classe, do Conselho de Estado da República de Cuba, todos em 1986. Em 1993, o Instituto Nacional do Livro e do Disco (INALD), afecto ao Ministério da Cultura, instituiu um Prémio Literário com o seu nome. António Jacinto tem as seguintes obras editadas: Poemas (1961/1985); Vovô Bartolomeu (1979); Em Kiluange do Golungo (1984); Sobreviver em Tarrafal de Santiago (1985); Prometeu (1987); Fábulas de Sanji (1988); Vovô Bartolomeu (1989). Os seus contos e poemas integram diversas antologias e publicações colectivas.

Sinos De Alma Poemas - Cristóvão Neto
Sinos De Alma Poemas - Cristóvão Neto4050 kz
Cristóvão Neto nasceu a 30 de Dezembro de 1964, em Malanje (Angola). Licenciou-se em Engenharia na então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Escreve desde tenra idade. Em Angola, ainda bastante
jovem, publicou alguns textos através das revistas Terceiro Mundo e Ngangula.
Tem cinco livros de poesia publicados: Sinos D’ Alma (menção honrosa do Prémio Sonangol de Literatura/1994 ), Pausa (menção honrosa do Prémio Sonangol de Literatura/1998), Anoiteço (2005), Catarse (2005) e Delirium, Marcha Lenta… (2005). Um outro volume de poemas foi agraciado com a Menção Honrosa do Prémio Literário Cidade de Luanda/1997 (até agora não publicado). Venceu o Prémio Literário cidade de Luanda/2010 (livro à espera de publicação).
Está representado em várias antologias nacionais e estrangeiras. Tem colaboração dispersa em vários jornais e revistas. Nos últimos anos tem também se dedicado à crítica literária. É membro da União dos Escritores Angolanos (U.E.A)
Génese - Roderick Nehone
Génese - Roderick Nehone2850 kz
Roderick Nehone, pseudónimo literário de Frederico Manuel dos Santos e Silva Cardoso, nasceu em Luanda a 26 de Março de 1965. Está é a 2ª edição do seu poemário “Génese”, Prémio António Jacinto de Literatura 1996, e sua primeira obra literária publicada. É autor ainda das seguintes obras:

– Estórias Dispersas da Vida de um Reino (Contos), Prémio SONANGOL de Literatura, 1996
– O Ano do Cão (Romance), Prémio SONANGOL de Literatura, 1998
– Peugadas de Musa (Poesia), 2001
– Tempos sem Véu (Romance), 2003
– Uma Bóia na Tormenta (Contos), 2008
– O Catador de Bufunfa (Novela), 2012
– Kid Kamba recupera o quadro roubado, 2013
– Kid Kamba liberta a kianda e salva Luanda, 2013
– Kid Kamba na TV, 2014

“…Oh ! tempos de dor tempos de amor na cervical de uma nação em refogado.”
in Génese

49 Poemas - Antero Abreu
49 Poemas - Antero Abreu2850 kz
Nasceu em 1927 na cidade de Luanda. Feito aqui o liceu, frequentou direito em Coimbra, vindo a acabar o curso em Lisboa.

Em ambas estas cidades foi dirigente da Casa dos Estudantes do Império, tendo sido também dirigente, em Luanda, da Sociedade Cultural de Angola e do Cine-Clube de Luanda. Como é sabido, todas estas associações acabaram por ser encerradas pelas autoridades do colonial-fascismo.

É membro fundador da União dos Escritores Angolanos, a cuja Assembleia Geral e Direcção presidiu. Fez parte da redacção do Meridiano, órgão da Secção de Coimbra da Casa dos Estudantes do Império, bem como colaborou na Via Latina, órgão da Associação Académica de Coimbra, na Mensagem, órgão da Associação dos Naturais de Angola, e na Cultura (II), da Sociedade Cultural de Angola. Prestou ainda colaboração na revista Vértice, de Coimbra, e nos jornais ABC e Jornal de Angola, e na revista Prisma, todos de Luanda.
Exerceu advocacia na cidade de Luanda durante vinte anos. Após a Independência, ingressou na magistratura do Ministério Público, vindo a ser jubilado como Procurador-Geral da República.

Foi Embaixador de Angola junto dos governos de Itália e de Malta, exercendo igualmente as funções de Representante Permanente de Angola na FAO, PAM e FIDA, organizações internacionais sediadas em Roma. Após exercer as funções de Embaixador, foi professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.

Vive presentemente em Viana do Castelo, Portugal, por razões familiares e de saúde.

A Forma dos Desejos - João Tala
A Forma dos Desejos - João Tala2950 kz
João Tala é membro da União dos Escritores Angolanos. Estreou-se no universo das letras angolanas em 1997, precisamente com a primeira edição da obra A Forma dos Desejos. De entre vários títulos que até agora publicou destacam-se alguns como os poemários O Gasto da Semente, Lugar Assim, A vitória é uma Ilusão de Filósofos e de Loucos, Forno Feminino ou as colectâneas de contos Os Dias e os Tumultos, Rosas & Munhungo, entre outros.
 Nas Barbas do Bando - David Mestre
Nas Barbas do Bando - David Mestre3700 kz
Poeta angolano, de seu nome verdadeiro Luís Filipe Guimarães da Mota Veiga, nascido em 1948, em Loures, e falecido a 12 de Junho de 1998, em Portugal. Foi para Angola com apenas oito meses, tendo, depois da independência, optado pela nacionalidade do país de acolhimento. Foi director do Jornal de Angola até 1992, vindo, posteriormente, a ser assessor do Presidente da República José Eduardo dos Santos. Publicou títulos como Crónica do Ghetto (1973) e Lusografias Crioulas (1997), este último de prosa. É considerado um dos picos da moderna literatura angolana.
Este livro foi escrito em Luanda, entre 1977 e 1982. Alguns dos seus trinta poemas apareceram já na gazeta Lavra & Oficina, da União dos Escritores Angolanos, no Jornal de Angola e nas revistas Colóquio/Letras e África, de Lisboa.
O Relógio de Cafucôlo - David Mestre
O Relógio de Cafucôlo - David Mestre2950 kz
Poeta angolano, de seu nome verdadeiro Luís Filipe Guimarães da Mota Veiga, nascido em 1948, em Loures, e falecido a 12 de Junho de 1998, em Portugal. Foi para Angola com apenas oito meses, tendo, depois da independência, optado pela nacionalidade do país de acolhimento. Foi director do Jornal de Angola até 1992, vindo, posteriormente, a ser assessor do Presidente da República José Eduardo dos Santos. Publicou títulos como Crónica do Ghetto (1973) e Lusografias Crioulas (1997), este último de prosa. É considerado um dos picos da moderna literatura angolana.

Esta é a estória que contei, não aquela que se passou nem a que quereria ter contado. Tão só a estória possível.

Sei não se, quando, como, onde e porquê o repórter abjurou a irredutível interferência da linguagem no real e vice-versa.

Fica a notícia de um crime entre milhares que se cometeram na ressaca do 4 de Fevereiro de 1961, quando os colonos enfurecidos assassinavam indiscriminadamente o povo anónimo.

Tinha o autor doze anos, um quarto de século correu e é com muitos cabelos brancos que o põe agora por extenso.

Tema dado como estafado na literatura angolana, de tal juízo não comunga o signatário, sabido que os temas, como os vinhos velhos, sublimam o tempo.

 Inkuna Minha Terra - Fragata de Morais
Inkuna Minha Terra - Fragata de Morais5250 kz
Manuel Augusto Fragata de Morais, de seu nome completo nasceu no Uíge. Seus primeiros escritos apareceram na década de sessenta em Paris, onde igualmente frequentou a Universidade Internacional do Teatro, na qual trabalhou com André Louis Perinneti e Victor García, e no The American Center, com Michel Boudon e Henry Pillsbury. Foi ainda discípulo e assistente de Fernando Arrabal.

Na Holanda, a convite do STAUT da Academia de Artes Dramáticas desse país, escreveu, realizou e encenou seus trabalhos pioneiros de teatro infantil, que levaram o nome genérico de “Gupia”. Os mesmos foram apresentados no Holland Festival e no Berlin Kinder und Jugendtheater, em 1971.

No seu próprio grupo teatral “The First Company”, encenou e actuou em “The Indian Wants the Bronx”, de Isreal Horowits, “Fando e Lis”, de Arrabal, bem como “The Hole”, “Agonies” e “Sketches”, todos de sua autoria.

A partir de 1973 frequentou a Nederlandser Film Akademie, tendo produzido para a televisão holandesa (VARA), documentários sobre Angola em 1975, bem como em 1976.

Seus contos e poemas foram publicados em revistas e jornais holandeses, estando incluído em duas antologias, uma de escritores angolanos, “Angolesen Verhalen”, prosa, em 1971 e outra de escritores de língua portuguesa “Terreur en Verzet”, poesia, em 1972.

Tem publicados pelo INALD “Como Iam as Velhas Saber Disso?”, 1982; “A Seiva”, 1995; “Jindunguices”, Prémio Sagrada Esperança, 1999; “A Sonhar se Fez Verdade”, 2003; “Antologia Panorâmica de Textos Dramáticos, 2003 Pela União dos Escritores Angolanos, publicou “Inkuna Minha Terra”, Menção Honrosa do Prémio Sonangol de Literatura, 1996; “Sumaúma”, 2005; “Batuque Mukongo”, 2011; “A Visita”, 2013 Pela Nzila, publicou “Memórias da Ilha”, 2006 Pela Mayamba publicou “O Fantástico na Prosa Angolana”, 2010.

Na Campo das Letras (Portugal) e na Chá de Caxinde, tem publicados “Momento de Ilusão, 2000; “A Prece dos Mal Amados”, 2005, A sair brevemente, “Estórias para Bem Ouvir” publicado pela Leya/Texto Editores.

Foi ainda cronista do Jornal de Angola, realizador da Televisão Popular de Angola, é membro das União dos Jornalistas Angolanos, da União dos Escritores Angolanos, Embaixador de carreira reformado, e foi Vice-Ministro da Educação e Cultura no Governo de União e Reconciliação Nacional (GURN). Actualmente é Deputado à Assembleia Nacional pelo MPLA.

Jindunguices - Fragata de Morais
Jindunguices - Fragata de Morais4300 kz
Manuel Augusto Fragata de Morais, de seu nome completo nasceu no Uíge. Seus primeiros escritos apareceram na década de sessenta em Paris, onde igualmente frequentou a Universidade Internacional do Teatro, na qual trabalhou com André Louis Perinneti e Victor García, e no The American Center, com Michel Boudon e Henry Pillsbury. Foi ainda discípulo e assistente de Fernando Arrabal.

Na Holanda, a convite do STAUT da Academia de Artes Dramáticas desse país, escreveu, realizou e encenou seus trabalhos pioneiros de teatro infantil, que levaram o nome genérico de “Gupia”. Os mesmos foram apresentados no Holland Festival e no Berlin Kinder und Jugendtheater, em 1971.

No seu próprio grupo teatral “The First Company”, encenou e actuou em “The Indian Wants the Bronx”, de Isreal Horowits, “Fando e Lis”, de Arrabal, bem como “The Hole”, “Agonies” e “Sketches”, todos de sua autoria.

A partir de 1973 frequentou a Nederlandser Film Akademie, tendo produzido para a televisão holandesa (VARA), documentários sobre Angola em 1975, bem como em 1976.

Seus contos e poemas foram publicados em revistas e jornais holandeses, estando incluído em duas antologias, uma de escritores angolanos, “Angolesen Verhalen”, prosa, em 1971 e outra de escritores de língua portuguesa “Terreur en Verzet”, poesia, em 1972.

Tem publicados pelo INALD “Como Iam as Velhas Saber Disso?”, 1982; “A Seiva”, 1995; “Jindunguices”, Prémio Sagrada Esperança, 1999; “A Sonhar se Fez Verdade”, 2003; “Antologia Panorâmica de Textos Dramáticos, 2003 Pela União dos Escritores Angolanos, publicou “Inkuna Minha Terra”, Menção Honrosa do Prémio Sonangol de Literatura, 1996; “Sumaúma”, 2005; “Batuque Mukongo”, 2011; “A Visita”, 2013 Pela Nzila, publicou “Memórias da Ilha”, 2006 Pela Mayamba publicou “O Fantástico na Prosa Angolana”, 2010.

Na Campo das Letras (Portugal) e na Chá de Caxinde, tem publicados “Momento de Ilusão, 2000; “A Prece dos Mal Amados”, 2005, A sair brevemente, “Estórias para Bem Ouvir” publicado pela Leya/Texto Editores.

Foi ainda cronista do Jornal de Angola, realizador da Televisão Popular de Angola, é membro das União dos Jornalistas Angolanos, da União dos Escritores Angolanos, Embaixador de carreira reformado, e foi Vice-Ministro da Educação e Cultura no Governo de União e Reconciliação Nacional (GURN). Actualmente é Deputado à Assembleia Nacional pelo MPLA.

O Ano do Cão - Roderick Nehone
O Ano do Cão - Roderick Nehone10100 kz
Roderick Nehone, é o pseudónimo literário de Frederico Manuel dos Santos e Silva Cardoso.

Nasceu em Luanda a 26 de Março de 1965. Em 1989 concluiu a licenciatura em Direito na Universidade Central de Las Villas, República de Cuba. É Advogado e docente de Direito na Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, em Luanda, desde 1991.

É membro da União dos Escritores Angolanos desde Dezembro de 1996 e tem duas obras publicadas.

Génese (Poesia) – Prémio António Jacinto de Literatura, 1996.
Estórias Dispersas da Vida de um Reino (Contos) – Prémio SONANGOL de Literatura, 1996.

Em 1998 com esta obra, O Ano do Cão, venceu pela segunda vez o Prémio SONANGOL de Literatura.

A Chaga - Castro Soromenho
A Chaga - Castro Soromenho10350 kz
Fernando Monteiro de Castro Soromenho nasceu a 31 de Janeiro de 1910 na Vila de Chinde, Moçambique, sendo filho de pai português, que foi governador da Lunda, e de mãe cabo-verdiana.

Passou parte da infância e a juventude em Angola. Muito jovem empregou-se como recrutador de mão-de-obra numa empresa mineira, exercendo depois funções públicas na administração colonial. Aos 27 anos de idade parte para Lisboa onde se dedica à actividade jornalística e inicia a sua carreira de escritor. O conhecimento profundo do processo colonial, seus agentes e suas vítimas, os estudos de cultura e história africanas com particular acento sobre as raízes do processo nacionalista angolano, a escrita directa e rigorosa, fazem que muitos o considerem já um clássico da literatura angolana.

 A Praga - Óscar Riba
A Praga - Óscar Riba2950 kz
Óscar Ribas nasceu a 17 de Agosto de 1909, em Luanda. Filho de pai português, Arnaldo Gonçalves Ribas, e de mãe angolana, Maria da Conceição Bento Faria.

Fez os estudos primários, secundários e liceais em Luanda, onde conclui o 5º ano no Liceu Salvador Correia, depois de ter frequentado o liceu-seminário durante dois anos.

Em 1923, uma vez concluído o 5º ano, parte para terra natal do seu progenitor, Guarda, Portugal, em companhia dos pais, onde estuda aritmética comercial.
De regresso a Angola ingressa para o funcionalismo público, trabalhando na Fazenda, onde acaba por largar o emprego, em virtude do pai ter sido colocado em Novo Redondo, actual Sumbe, província do Kwanza Sul. Em 1926, seu pai é novamente transferido para Benguela. Óscar Ribas acompanha a família para as terras das “acácias rubras”, integrando-se e participando no meio social benguelense, vivendo e apre(e)ndendo a realidade(cultural) vivida e sentida por suas gentes e culturas.

Aos 36 anos, o decano dos escritores angolanos, perde a visão, passando o seu irmão a registar para o papel aquilo que ele ditava.

Assim se fez madrugada - Jofre Rocha
Assim se fez madrugada - Jofre Rocha4300 kz
Escritor e poeta, Jofre Rocha, pseudónimo literário de Roberto António Victor Francisco de Almeida, nasceu em fevereiro de 1941, em Kaxicane, município de Icolo e Bengo.

“As manifestações literárias angolanas, desde 1948, revelam uma continuidade e um traço comum que afirmam e confirmam a justeza do movimento «Vamos Descobrir Angola» e a maturidade dos escritores angolanos.
Jofre Rocha, poeta da nova geração angolana, se formalmente se distancia dos pioneiros daquele movimento – com o que se enriquece a literatura angolana –, revela a mesma posição face aos problemas do Povo Angolano, revela a mesma força telúrica e o mesmo patriotismo. Militante enquanto homem, permanece militante enquanto poeta. E acrescenta um novo e oportuno vigor à poesia, abarcando o internacionalismo que a militância impõe.” António Jacinto

Cal & Grafia - 30 Anos de Poesia - José Luís Mendonça
Cal & Grafia - 30 Anos de Poesia - José Luís Mendonça10400 kz
“(…) uma das vozes poéticas que continuam e vão prolongar o prestígio da melhor poesia angolana.” Manuel Ferreira

“essas três instâncias, designadamente razão, trabalho e disciplina, condensadas na criatividade, valorizam a qualidade poética de José Luís Mendonça.” António Quino

“Dos nomes revelados ao longo dos anos 80 na poesia angolana produzida no país, José Luís Mendonça é um dos que mais se destacam pela vitalidade, rigor e continuidade da sua produção.” Francisco Soares

“José Luís Mendonça faz poesia lírica, mas sempre a partir de lugares sociais e, neste contexto, é um dilecto herdeiro desse incomparável poeta nacionalista que fez do lirismo uma eficaz “arma anticolonial”, António Jacinto, um olhar individual e individualizado, embora colectivizante, expressão de um sentimento pessoal e de emoções experimentadas pelo poeta, que os transpõe para palavras que representam a crueldade da vida, a violência do destino e a impotência para o mudar.” Inocência Matta.

Em Kiluange do Golungo - António Jacinto
Em Kiluange do Golungo - António Jacinto2950 kz
António Jacinto é o pseudónimo literário do poeta António Jacinto do Amaral Martins, nascido em Luanda aos 28 de Setembro de 1924 e falecido em Lisboa a 21 de Junho e 1991. Fez os seus estudos no Golungo Alto e em Luanda, onde concluiu no liceu Salvador Correia o curso complementar de Ciências.

Trabalhou durante alguns anos como escriturário, desenvolvendo nessa altura actividades literárias e patrióticas.

Foi um dos fundadores do Partido Comunista Angolano que funcionou na clandestinidade, o redactor dos Estatutos do Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola (PLUAA), foi preso em 1959, aquando do “Processo dos Cinquenta”.

Preso novamente em 1961, onde é condenado após o julgamento de 1963 a 14 anos de cadeia, sendo deportado para o Tarrafal (Cabo Verde). Resultado de uma campanha internacional em 1972, é-lhe fixada residência em Lisboa, onde trabalha na empresa transitária ARNAUD até 1973, data em que foge para Argel (Argélia) para a guerrilha do MPLA. Foi director do CIR (Centro de Instrução Revolucionária) Kalunga na 2ª Região Político-Militar e do CIR Binheco no Mayombe. Integrou a 1ª Delegação Oficial do MPLA que chegou a Luanda em 8 de Novembro de 1974. Após a independência ocupou cargos de responsabilidade no país, como o de Ministro da Educação e Cultura, Secretário de Estado da Cultura, e na Direcção do MPLA.

Suas obras publicadas são: Poemas (1961; 1985), Vovô Bartolomeu (1979), Em Kiluange do Golungo (1984), Sobreviver em Tarrafal de Santiago(1985), Prometeu (1987), Fábulas de Sanji (1988), Vovô Bartolomeu (1989).

Figuras e Mugimbisses - Ricardo Manuel
Figuras e Mugimbisses - Ricardo Manuel7800 kz
Reúnem-se no presente livro quarenta e uma crónicas, organizadas em três capítulos, que o configuram e, consequentemente, justificam o seu título: Figuras e «Mujimbisses».

Crónicas de uma Cidade… São um conjunto de textos que foram publicados num lapso de tempo que medeia os anos de 1989 e 1995, no Jornal de Angola e no Correio da Semana, respectivamente matutino e semanário e que preenchem o quotidiano luandense.

No primeiro capítulo deste livro, encontramos vinte e quatro textos: no essencial, retratam o quotidiano luandense. No segundo capítulo, temos nove textos, onde, de modo pessoal e particularizado, o autor faz o retrato de alguns personagens da cidade e que, em poucas palavras, resumem modos de ser, de estar e de pensar, que são comuns a ela e que, ao mesmo tempo, dela são parte integrante, inserindo-os na tecitura e na própria história desta urbe secular. Finalmente, no terceiro capítulo, temos oito crónicas, que constituem uma espécie de «eu» do autor. Tratam-se de escritos que resumem, no essencial, diálogos que Ricardo Manuel, enquanto livreiro, entabula diariamente com aqueles que acorrem à Livraria Lello, em busca de «remédios» para a cura das suas «desgraças»: o livro e, consequentemente, o prazer da leitura.

No geral, apesar do título, o que serviu de pretexto à presente edição, são o facto destas crónicas terem sido produzidas no calor do dia-a-dia e referirem-se especificamente a Luanda e aos seus habitantes, que vivendo nesta tão conturbada e ao mesmo tempo tão maravilhosa urbe, no cruzamento e entrelaçamento que encetam, ajudam a fazê-la e a dar-lhe o «molde» dos seus traços mais característicos. Consequentemente, sejam eles recebidos de aportes antropo-biológico, socio-económico, político ou sobretudo cultural, afigura-se-nos que sem muitos problemas, muitos desses traços sejam possíveis de serem identificados a olho nú. Com estas crónicas, Ricardo Manuel disseca alguns desses traços específicos que são passíveis de identificar os «luandenses», ao trazer a nú, friamente, as grandes questões e problemas que afligem esta grande cidade e os seus habitantes.

 Idade das palavras - João Maimona
Idade das palavras - João Maimona4300 kz
JOÃO MAIMONA nasceu a 8 de Outubro de 1955, em Quibocolo (Maquela de Zombo). Estudou humanidades científicas em Léopoldville. Em 1978, fixou residência na província do Huambo onde se licenciou em medicina veterinária. É Diplomado em Estudos Superiores Especializados de Virologia Médica e Epidemiologia Animal, pelo Institut Pasteur de Paris e pela Ecole Nationale Vétérinaire d’Alfort, França. É quadro do Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e desempenhou as funções de Director Nacional do Instituto de Investigação Veterinária (I.I.V), de 1991 a 1993. É membro fundador da Brigada Jovem de Literatura do Huambo e membro da União dos Escritores Angolanos. Em 1984, um conjunto de poemas seus intitulado TRAJECTÓRIA OBLITERADA impôs-se ganhando o Prémio SAGRADA ESPERANÇA do concurso literário INALD. Em 1987 foi distinguido com a Medalha de Bronze no concurso internacional de poesia, organizado pela Academia Brasileira de Letras, na cidade do Rio de Janeiro. Tem colaboração dispersa pela imprensa angolana e estrangeira. Sua obra poética é objecto de estudo em diversas universidades, nomeadamente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Figura em numerosas antologias. No período dos Acordos de Bicesse, integrou o primeiro Conselho da República, órgão de consulta do Presidente da República. Foi deputado pela bancada do MPLA e desempenhou as funções de Presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.
 Prometeu - António Jacinto
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António Jacinto do Amaral Martins nasceu em Luanda a 28 de Setembro de 1924 e morreu em Lisboa em 1991.

Fez os estudos primários e secundários do Golungo Alto e em Luanda, onde, no Liceu Salvador Correia, concluiu o curso complementar de Ciências.

Trabalhou alguns anos em Angola como escriturário e técnico de contabilidade. Em regime de residência vigiada em Lisboa, trabalhou numa empresa transitária. Em Luanda, participou em actividades literárias na Sociedade Cultural de Angola, no Cine-Clube de Angola, no Movimento dos Novos Intelectuais de Angola e na criação da revista Mensagem. Colaborou em diversos jornais e revistas: Mensagem (CEI), Cultura (II), Boletim Cultural do Huambo, Jornal de Angola, Itinerário, Brado Africano, Império, Notícias do Bloqueio, entre outros.

Militante político activo, foi um dos fundadores do Partido Comunista Angolano, que funcionou na clandestinidade, e o redactor dos estatutos do Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola (PLUAA). Foi preso pela primeira vez em 1959, por ocasião do ‘Processo dos 50’ . Detido de novo em 1961, é condenado dois anos depois a 14 anos de cadeia, sendo deportado para o Tarrafal, em Cabo Verde. Em resultado de uma campanha internacional, em 1972 é-lhe fixada residência em Lisboa, de onde foge no ano seguinte para o Argel, para se juntar posteriormente à guerrilha do MPLA. Foi director de Centros de Instrução Revolucionária (CIR) do MPLA em várias regiões de Angola. Depois da Independência, ocupou cargos de responsabilidade no governo, como o de Ministro da Educação e Cultura e Secretário de Estado da Cultura, e na direcção do partido. É membro fundador da União dos Escritores Angolanos. Como contista, utilizou o pseudónimo de Orlando Távora e ainda o de Kiaposse. Recebeu o Prémio Lótus, da Associação dos Escritores Afro-Asiáticos, em 1979; o Prémio nacional da Literatura, da UEA; o Prémio NOMA (júri londrino de Melhor Produção Poética Africana) e a Ordem Félix Varela de 1ª Classe, do Conselho de Estado da República de Cuba, todos em 1986. Em 1993, o Instituto Nacional do Livro e do Disco (INALD), afecto ao Ministério da Cultura, instituiu um prémio literário com o seu nome. António Jacinto tem as seguintes obras editadas: Poemas (1961/1985); Vovô Bartolomeu (1979); Em Kiluange do Golungo (1984); Sobreviver em Tarrafal de Santiago (1985); Prometeu (1987); Fábulas de Sanji (1988); Vovô Bartolomeu (1989). Os seus contos e poemas integram diversas antologias e publicações colectivas.

Vovó Bartolomeu - António Jacinto
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(…) António Jacinto, autor de contos. Escassos, que saibamos. Basta, no entanto, neste relance, “Vôvô Bartolomeu”, pretexto desta plaquete. Originariamente publicado em Contistas Angolanos (1960), da Casa dos Estudantes do Império, e outros, é importante que se diga ter escrito em 1946.
Se a verdadeira e moderna literatura angolana tem como baliza a revista Mensagem (1951), e se é apenas no n.º 2/4 de 1952 que se agrupam os primeiros contistas, por critério de cronologia, cuidamos não restarem dúvidas nenhumas, de que Vôvô Bartolomeu é assim a primeira experiência ficcional em que a representação da realidade angolana se faz num corte vertical com a literatura colonial.
Manuel Ferreira